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As coisas são mais belas distantes. Quanto mais próximo estamos delas, mais aumenta o desafio por mantê-las ainda belas. Até que de uma admiração e contemplação passa-se a um estágio de repulsa, de hostilização, de um caça aos erros e falhas. Mais anos vão, mais anos vêm, e percebo cada vez mais que esta síntese se aplica a quase todas as relações humanas, sejam elas entre humanos e objetos ou entre humanos e humanos. Daí é fácil apreciarmos ídolos musicais, pois que distantes estão. Daí que hostilizamos aqueles que estão próximos, pois mais fácil identificar seus erros e falhas. A solução seria fácil: compreender sempre as coisas e as pessoas até o limiar da porta de seus universos, sempre à distância, nunca mergulhar em seus mundos ou perscrutar seus detalhes. Do meu lado, fui para outra solução, tenho sido míope quando mais próximo estou, diminuindo o rigor da minha moralidade.
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