Palavra do Dia por Priberam

domingo, 20 de janeiro de 2013

Memórias Introspectivas

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Nova fase começando? Certamente, no mundo fenomênico, não houve e nada há de mudança. Mas, no meu mundo moral e social relacionado às minhas representações, sim. Nesse sentido, passo então por uma fase de transição, assim como cinco anos atrás.

Naquela época, eu estava também em fase de transição. Saía do colegial pra ingressar na vida universitária. Não esperava nada de novo. Tinha traçado um objetivo forte naquela época, que lograva a introspecção. Tal me veio, já que no colegial não dava valor ao que pretendia pra minha vida, daí pretendi nestes cinco anos fazer introspecção para que me conhecesse, me norteasse nessa jornada mundana, e encontrasse meu caminho.

Os resultados deste objetivo: a introspecção.

No início de 2008, me ingressei no curso de Direito, consegui trabalho na mesma semana do início das aulas e na mesma instituição do curso. Tinha o desejo de cursar Direito já que este ramo muita relação com filosofia, cria eu, tinha.

Paralelamente ao meu cursar direito, pretendia eu dar continuidade ao objetivo primeiro: a introspecção. Comecei a procurar meios para me conhecer. A filosofia sempre foi um bom início para este caminho. Então, retomei meus estudos de filosofia. Conheci Hume, Kant e ainda mais o ms. Schopenhauer. Conheci filósofos, que este nome não levam, mas que suas literaturas muito representam nesse sentido, como: Tolstoi, Victor Hugo, Shakespeare, o grande Balzac (impossível me esquecer de Ilusões Perdidas), Fernando Pessoa, Herman Hesse, Dostoievski, Thomas Mann (que tão bem interpretou e descreveu sobre o mestre Schopenhauer), Eurípedes (que no Édipo Rei me fez entender o sentido dessa frase: "Por esta razão, enquanto uma pessoa não deixar esta vida sem conhecer a dor, não se pode dizer que foi feliz").

Ao mesmo tempo em que me penetrava nesta literatura citada acima e dando aso a minha intenção introspectiva, comecei a tentar entender mais sobre a nova física, diante disso, redescobri um grande nome: Carl Sagan. Dele outros nomes surgiram. Pretendo, ainda, dispensar tempo para entender a física no plano matemático: por cálculos; só a tive compreendida por fábulas dos apresentadores e por conceitos abstratos, que mesmo assim, muito me estimularam.

Nestes anos, compenetrado nesta tarefa introspectiva, comecei a entender o mundo de outra forma, não consegui traçar metas para um novo caminho, apenas comecei a entender meu mundo fenomênico de outra forma. Sai de um estado revolucionário (posso dizer até reacionário) para um estado de redenção. Comecei a compreender que somos uma máquina subjetiva, que está jogada num mundo muito particular, que por mais social possa ser o sujeito, ele estará sempre no seu mundo, e que sempre quem o compreenderá será somente ele, porque no mundo dele somente existe ele, e que os outros são apenas conveniências.

Nestes cinco anos me afastei do mundo boêmio. Tentei entender o sujeito solitário do mundo subjetivo. O resultado dessa tentativa não é possível expressá-la, pois o mundo subjetivo não tem a potência de exteriorizar sem antes perder a verdade do seu conteúdo que quer sair. Portanto, se eu tentasse aqui me explicar, seriam falsas proposições. Posso dizer que reaprendi e reestruturei meus valores sobre o mundo da objetividade.

Nova mudança de fase.

Agora, novamente, posto numa mudança de fase, da vida universitária para a vida de carreira-trabalho, digo que não tenho caminho traçado, mas, muito aprendi nestes cinco anos que farão o caminho aparecer, sigo hoje o que alguns chamam de intuição, outros de coração. Vou então segui-la, sem dispensar meus valorosos momentos de introspecção.
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Fulvio Machado Faria

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