Era uma festa. Muitas cores verdes com tons
em amarelo na minha visão. Todos estavam felizes. Era eletrônica experimental,
como os festivais de Heliodora. A festa caminhava. Eu estava à busca dela, da
amada. Num ato involuntário, deixei meus óculos no chão. Percebi que ao tirar eles, não
enxergava quase nada, num estado abelidado de grande clarão. Na cegueira, apareciam apenas pequenos ruídos de
cores verdes com seus tons em amarelo que davam parcamente uma noção de onde eu me encontrava. Fiquei a procura desesperadamente pelos
meus óculos. Não os encontrava. Recordei que os tinha deixado em um tablado onde
as pessoas estavam se sentando na festa. Encontrei-os lá, assim como os havia
deixado. Coloquei-os. ... O estado abelidado continuou. Cerrei os olhos com força,
abri-os, e nada. Pestanejei então para tentar me livrar da cegueira. Nada. Num
ámen-jesus, acordei. Percebi que era um sonho e que a cegueira no sonho surgiu
quando o sol, por ter batido o zênite, adentrou a janela do meu quarto e tocou
meu rosto.
Fulvio Machado Faria
Fulvio Machado Faria
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