Palavra do Dia por Priberam

sábado, 11 de abril de 2009

Joseph e o vinho


Joseph estava exausto, o vinho que com tamanha volúpia provou fez Joseph cair num estado de desregrado, todos que estavam na festa viram-no em tal transe. Joseph virou o astro da festa sob o domínio do vinho. Dançava, cantava, sapateava, animava e exortava com os pequenos corações. Alguns diziam – Joseph está muito charmoso e atônito neste evento – como se tais virtudes fossem inerentes a Joseph em qualquer momento, mas não, só lhe eram sob o jugo do vinho, este liame da cor do sangue que desperta paixões nos desacordados. Por fim Joseph era assim um homem reprimido sem o vinho e um homem virtuoso com o vinho. Esse é o modo como sempre julgam Joseph. Mas ninguém foi perceptível o tamanho suficiente para entender que Joseph tinha um problema com a vida, problema este que Joseph tinha de resolver.

O evento acabou e Joseph voltou ao estado de homem reprimido. Fazendo profundas reflexões sobre o momento eterno e temporal de como foi ser um homem virtuoso a que todos lhe julgavam. Mas este narrador sabe que Joseph não é dicotômico, sendo ora homem virtuoso, em determinados e minuciosos momentos, e ora homem reprimido, e sim, é homem para todas as condições, enquanto perdurar sua pequena existência Joseph será Joseph com influência ou não do vinho. Mas os pequenos corações não conseguem enxergar os caracteres das pessoas ou dos homens do tipo Joseph, por falta de compreensão ou falta de paciência, e com isso criam um mundo cheio de rigores morais que faz da existência humana um grande fardo pesado.

Fulvio Machado Faria

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